segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Resenha crítica- Hipertensão

A Hipertansão Arterial Sistêmica ou HAS, considerada a mais comum e prevalente risco de doenças cardiovasculares, é uma doença multifatorial que causa lesão nos chamados órgãos-alvo (coração, cérebro, vasos, rins e retina), interferindo na manutenção de níveis de pressão normais.
As pricipais doenças causadas pela HAS são as doenças cerebrovascular e arterial coronariana, insuficiências cardíaca e renal crônica e doença vascular das extremidades. Estas são as responsáveis pela grande frequência de internações com custo assistencial elevado, o que mostra o quão importante é a sua prevenção.
Diferentes fatores estão presentes na manutenção e variação da pressão arterial. Fatores estes que regulam o calibre e a atividade vascular, a distribuição de substâncias dentro e fora dos vasos sanguíneos e o débito cardíaco, que resultam no equilíbrio do organismo.
Quando esse equilíbrio se rompe, devido ao excesso de sal, estímulos psicoemocionais ou outros, ocorre a hipertensão arterial que é, basicamente, uma doença assintomática.
Para se diagnosticar a hipertensão, deve-se levar em conta três objetivos: identificar a causa, verificar o grau de comprometimento dos órgãos-alvo e identificar outro fatores que possam influir no prognóstico e na orientação terapêutica, como o consumo de álcool, tabagismo, hábitos alimentares, obesidade, sedentarismo, estado psicossocial do paciente (depressão, situação familiar, condições de trabalho, problemas sociais), entre outros.
Por meio das V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, as Sociedades Brasileiras de cardiologia, nefrologia e hipertensão determinaram sete fatores de risco associados, direta ou indiretamente, no desenvolvimento da HAS. São estes: idade (quanto mais avançada, maiores as chances), sexo e etnia (mais elevada em homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 60, além de ser mais frequente em mulheres afrodescendentes), fatores socioeconomicos (quanto mais baixo, maior a prevalência de doença), álcool (consumo elevado aumenta os níveis pressóricos), sedentarismo (sedentários apresentam um risco de desenvolver a doença 30% maior que os não sedentários), obesidade e consumo elevado de sal.
O tratamento para a HAS se dá através de dois fatores, o medicamentoso e o não medicamentoso. Este último é o principal foco da equipe multidisciplinar e envolve mudanças no estilo de vida do paciente, como prática de exercício físico, moderação no consumo de bebidas alcoólicas, controle de peso, redução no consumo de sal, mudança no hábito alimentar e abandono do tabagismo.
A mudança no hábito alimentar é o principal foco da equipe de nutrição, que visam levar o paciente a ingerir uma menor quantidade de sal ou substituí-lo por cloreto de potássio, a suplementação de potássio, a redução no consumo de café (associado à doença pois eleva a pressão, principalmente em idosos e mulheres) e de álcool, a suplementação de cálcio e magnésio (quando necessário), entre outros.
Portanto, pode-se concluir que, "As medidas terapêuticas não farmacológicas no tratamento da hipertensão arterial fazem parte de uma mudança comportamental global. A incorporação de novos hábitos de vida garante que os benefícios alcançados sejam duradouros desde que as mudanças no estilo de vida sejam permanentes." (CUPPARI, p.305)
 
 
Referências Bibliográficas:
CUPPARI, Lilian. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da UNIFESP-EPM - Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 2ºed. Barueri, SP: Manole, 2005.
 
ISOSAKI, M., CARDOSO, E., OLIVEIRA, A. de. Manual de Dietoterapia e Avaliação Nutricional - Serviço de Nutrição e Dietética do Instituto do Coração-HCFMUSP. 2º ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009.

Um comentário: